ARTIGO TRATA SOBRE A PREOCUPAÇÃO PARA QUE SEJA FEITO REPLANEJAMENTO NO SETOR ENERGÉTICO, PRINCIPALMENTE, NA DIVERSIFICAÇÃO DAS ENERGIAS LIMPAS
A Matriz energética do Brasil sempre foi, desde o início do século XX, predominantemente de energia elétrica originada de aproveitamento hidráulico de rios.
Nunca tivemos desde o século XX grandes parques de produção a partir de carvão, óleo combustível ou gás, sendo o uso de carvão restrito a residências e indústrias para produção de calor em fornos ou fornecimento de vapor para máquinas. Parques mesmos, com geração de energia elétrica a ser distribuída, sempre o foram de origem de projetos com aproveitamento de rios.
O motivo é tínhamos rios caudalosos e áreas para grandes projetos, onde haviam grandes alagamentos para formação de represas e aproveitamento das grandes quedas de água.
Com o desenvolvimento aliado à conscientização dos estragos ao meio ambiente, que os grandes projetos faziam, estes tenderam a diminuir, à exceção dos recentes projetos de Santo Antônio e Jirau, que mesmo reduzindo suas áreas de represamento de água causaram desastres ambientais.
Estes grandes projetos agora estão em cheque porque além dos impactos ambientais, a reduzida vazão dos rios por problemas climáticos e de devastação do meio ambiente, faz com que se verifiquem os riscos de atrelar a maior parte da nossa matriz enérgica à de origem hidráulica.
Nos últimos anos, a falta de vazão dos rios tem deixado os reservatórios das represas em níveis próximos à zero, sendo que a solução encontrada foi a construção de termoelétricas, algumas tendo como combustível gás, mas muitas a óleo, além de uma parte residual a carvão.
Foi também incentivado a construção de parques eólicos, principalmente no Nordeste, o que é um fato positivo, uma vez que a energia é limpa e hoje responde por grande parte do consumo local, mas tem potencial de exportar energia.
Esta política tem causado um aumento dos custos da energia, além de danos ao meio ambiente por parte das termoelétricas, causando também um efeito de desorganizar o mercado de fornecimento de óleo combustível, escasso no Brasil, porque a Petrobras tem priorizando o fornecimento das termoelétricas, causando falta de óleo para embarcações. Dessa forma, existem embarcações que precisam ir até portos do exterior para abastecer, por conta dessa escassez no país.
Urge que haja um replanejamento da nossa matriz energética, diversificando a mesma com mais energia limpa, principalmente com mais energia solar e microgeração.
A energia solar pode ser facilmente instalada até em residências, mas a sua multiplicação pode representar muito num efeito “formiguinha” e também devem ser aproveitados pequenos projetos de energia hidráulica, abandonados em função dos grandes e custosos projetos.